O que é a depressão bipolar?
Você provavelmente já conheceu ou ouviu falar de alguém que sofria de depressão. Embora o assunto seja muito difundido nos nossos dias, muitas pessoas ainda não sabem o que é a depressão bipolar, por exemplo, um tipo específico da doença também conhecido como bipolaridade ou transtorno bipolar. E não é para menos: o diagnóstico não é tão simples quanto parece!
Para entender melhor sobre o assunto e ter um panorama mais completo da doença, acompanhe este artigo.
O que é a depressão bipolar?
A depressão bipolar é um comportamento bem específico em que a pessoa muda de sentimentos de uma hora para outra sem nenhum motivo relevante ou efeito causador. Essa atitude e mudança de humor muitas vezes é considerada “frescura” ou falta de educação, enquanto, na verdade, é uma doença séria e que merece atenção.
A pessoa bipolar sofre com transtornos de humor, com estágios muito diferentes e que podem ser muito difíceis de lidar. Para se ter uma noção melhor, durante um desses transtornos, a pessoa pode ter uma fase maníaca ou hipomaníaca, que pode significar justamente a diferença entre estar muito feliz e muito triste.
Essa discrepância pode ser muito desgastante, tanto física quanto emocionalmente. Afinal de contas, a pessoa muda de um estado de extrema euforia e alegria para um de depressão, lentidão, ansiedade e tristeza profunda.
Tipos existentes de depressão bipolar
Os distúrbios bipolares podem ser bem diferentes e com grandes variações.
O tipo 1, por exemplo, acontece quando o paciente tem a fase maníaca em predomínio, a qual também pode ser um pouco mais leve. Nesse caso, a depressão bipolar é um pouco mais fácil de lidar e pode ser controlada com remédios e acompanhamento médico.
Pessoas com o tipo 2, por outro lado, têm a fase depressiva com mania de forma mais leve. A mista acontece quando os episódios têm características de depressão e mania no mesmo momento. Assim os ciclos ficam mais rápidos e as variações de humor acontecem em um período de tempo menor, durando menos de uma semana.
Por último, existe também a ciclotimia, um perfil mais agressivo. Nesse caso, os sintomas persistem por um período maior, no mínimo 2 anos, agravando o estágio da depressão.
Diferença entre depressão bipolar e unipolar
A depressão unipolar tem um perfil bem diferente da bipolar. Na depressão unipolar só existe um polo – o polo depressivo –, enquanto o bipolar, como o próprio nome indica, tem dois polos.
O portador da bipolaridade, por exemplo, normalmente lida com um início mais precoce e “do nada”, pois a doença não dá muitos indícios. Além disso, ela pode ter um número maior de episódios, com sintomas mais frequentes. Esse é um fator que mais atormenta os pacientes e aumenta o risco de suicídio, sendo bem diferente da depressão unipolar.
Considerando esses pontos, os tratamentos também devem ser distintos. Tratar a bipolaridade com antidepressivos, por exemplo, pode potencializar os sintomas maníacos. Então, é bom procurar um acompanhamento especializado e diferenciado, além do tratamento específico. Remédios para estabilização do humor e acompanhamento com a psicoterapia podem ser uma boa pedida.
Cenário atual
A doença tem como principal característica a alternância entre depressão e euforia e é mais comum do que as pessoas imaginam. Estimativas apontam que o Brasil tenha 2,2% de sua população com essa doença, dado levantado pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
Por ser dificilmente diagnosticada, muitas pessoas ainda não dão a essa doença a importância que ela merece. Essa é a doença mental que mais acarreta mortes por suicídio: mais ou menos 15% dos doentes acabam tirando a vida, uma parcela bastante significativa. Além disso, esses pacientes têm um risco até 28% maior de apresentar esse tipo de comportamento que outras pessoas da sociedade.
Considerando toda a gravidade, muitos médicos criticam como o termo é banalizado, pois a doença pode ser muito mais séria que a nomenclatura transmite. Para eles, estar triste é uma coisa, mas estar em um estágio de depressão que faz com que você não consiga sair de casa é outra bem diferente.
Quais são os sintomas?
Depois de entender um pouco mais sobre a doença, você deve estar se perguntando quais são os sintomas mais comuns, não é? Conheça alguns deles:
Tristeza profunda
Bem diferente de um dia difícil, a pessoa com depressão bipolar pode apresentar momentos de profunda tristeza. Assim, ela leva uma vida com pouca realização e uma perspectiva bem negativa da sua realidade.
Apatia
Muitos dos pacientes também apresentam forte apatia, ou seja, dificuldade de ter realização e prazer em atividades que antes traziam muita satisfação. A pessoa fica com “insensibilidade emocional” e nada consegue despertar a realização.
Isolamento social
Este é um sintoma comum da depressão e não é diferente no caso da bipolar. A pessoa fica com uma perspectiva tão forte de tristeza e falta de ânimo para viver que acaba abrindo mão da interação social. No caso da bipolaridade, ele pode se intensificar com a vergonha pela instabilidade de humor.
Alteração no sono
Dormir pode se tornar uma tarefa mais difícil que muitas pessoas imaginam. O paciente de depressão bipolar perde o sono e fica lidando com um quadro de ansiedade.
Baixa autoestima
Como reflexo de vários fatores que já citamos, não é nenhuma surpresa que a pessoa também tenha uma baixa autoestima, não é mesmo? Ela tem dificuldades de se achar bonita, interessante e acaba tendo uma perspectiva diferente de si mesma.
Redução da libido
Quem lida com a doença também enfrenta uma queda significativa no desejo sexual, tendo uma vida mais apática e enfrentando dificuldades com o parceiro.
Pensamento de morte e suicídio
Como já dito, a doença pode acarretar em muitos suicídios. O nível de tristeza é tanto que muitos dos pacientes param de encontrar qualquer tipo de realização, achando que a melhor solução é a interrupção da vida.
Agora você consegue ter um panorama mais completo sobre a depressão bipolar, entendendo melhor como ela atua, não é mesmo?
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